Não sei o que de repente se apodera de mim. Às vezes, realmente eu não sei quem ou o que sou de verdade. Sou esse quem estar a escrever essas linhas? Sou aquele cara normal, cheio de vida e tão querido pelos amigos? pergunto-me. Não sei.
Intrigante essa força misteriosa que sai também não sei de onde e se apodera de mim para com tão especial capacidade de tornar tudo tão claro e evidente, me fazer não saber ou pelo menos, esquecer quem ou o que realmente eu sou.
É isso, sou algumas vezes tomado por essa essa força que temo e amo e respeito, e tudo tão misturado. Quando a sinto (a tão misteriosa força) não sinto mais nada e me mostra outra realidade, totalmente diferente do que consideramos "realidade".
São nesses momentos que vejo e enxergo as coisas como elas realmente são. E claro, que as coisas que julgamos ser uma maravilha são na verdade, durante esses momentos de certa "clarividência", uma vilania. E o que julgamos ser sórdido, transforma-se numa coisa íntima e aconchegante.
No entanto, seria difícil acreditar ser possível viver assim, de maneira contrária, ao que todos acham como certo e bem visto, e é por isso, que justamente nesses momentos sou levado a pensar em abdicar dessa "realidade coletiva".
Seria assim, uma atitude extrema? Não sei. Para mim viver numa realidade que não a sua é uma atitude ainda mais extrema. Pergunto-me novamente: Sou eu quem estar a escrever essas linhas?
Talvez seja apenas mais um dos espasmos causados pelos efeitos colaterais dos meu medicamentos.