Beethoven - Moonlight Sonata

terça-feira, 26 de abril de 2011

     Não sei o que de repente se apodera de mim. Às vezes, realmente eu não sei quem ou o que sou de verdade.     Sou esse quem estar a escrever essas linhas? Sou aquele cara normal, cheio de vida e tão querido pelos amigos? pergunto-me. Não sei. 
    Intrigante essa força misteriosa que sai também não sei de onde e se apodera de mim para com tão especial capacidade de tornar tudo tão claro e evidente, me fazer não saber ou pelo menos, esquecer quem ou o que realmente eu sou.
    É isso, sou algumas vezes tomado por essa essa força que temo e amo e respeito, e tudo tão misturado. Quando a sinto (a tão misteriosa força) não sinto mais nada e me mostra outra realidade, totalmente diferente do que consideramos "realidade".     
    São nesses momentos que vejo e enxergo as coisas como elas realmente são. E claro, que as coisas que julgamos ser uma maravilha são na verdade, durante esses momentos de certa "clarividência", uma vilania. E o que julgamos ser sórdido, transforma-se numa coisa íntima e aconchegante.  
    No entanto, seria difícil acreditar ser possível viver assim, de maneira contrária, ao que todos acham como certo e bem visto, e é por isso, que justamente nesses momentos sou levado a pensar em abdicar dessa "realidade coletiva".
    Seria assim, uma atitude extrema? Não sei. Para mim viver numa realidade que não a sua é uma atitude ainda mais extrema.     Pergunto-me novamente: Sou eu quem estar a escrever essas linhas?
   Talvez seja apenas mais um dos espasmos causados pelos efeitos colaterais dos meu medicamentos.

domingo, 3 de abril de 2011

Sucker Punch

    Assistam ao trailler do filme (é muito... como o próprio filme sugere, SURREAL)  http://www.youtube.com/watch?v=U8_jlHR2Iq0&NR=1

    Fico bastante intrigado com o fato de, na maioria das vezes, minha opinião ser contrária às críticas de cinema da Veja, um dos poucos meios de mídia com algum conceito para mim (e claro, q falando isso, corro um grande risco de não ser imparcial e parecer preconceituoso para com os outros meios, fazendo a mesmíssima coisa q a digníssima crítica Isabela Boscov fez, do início ao fim, ao dar uma opinião tão idiossincrática a respeito de Sucker Punch). 
     O filme é simplesmente SENSACIONAL. Tem tudo que um bom filme precisa ter para ser visto e revisto várias e várias vezes, como eu fiz! (com a exceção da atuação da protagonista q, a meu ver, deixou um pouquinho a desejar, mas como não sou nenhum crítico de cinema, deixo isso ao cargo dos profissionais da área).
     Bem… 1.º De bobo, tal como a Isabela fala, Sucker Punch não tem nada, a não ser claro, q pra ela bobo seja o mundo surreal imaginado pela protagonista, fato este totalmente subjetivo e que fica, por isso mesmo, totalmente fora de opiniões alheias, ou seja, eu posso imaginar meu mundo todo cor-de-rosa e nem por isso, ele é ou parecerá bobo para mim ou para outras pessoas (sei q não é um bom exemplo, mas vcs entenderam o q eu quis dizer). 2.º O filme tem um enredo contagiante, afinal de contas, estar confinado num ambiente asfixiante como aquele e conquistar a liberdade tão somente pela imaginação é, senão emocionante, no mínimo inspirador. 3.º O q, a já tão citada crítica diz ser “GRAVE FALHA” do filme (no momento da dança de Babydoll - nome da protagonista - somos lançados automaticamente para campos de batalhas infernais), eu só consigo ver como um dos pontos-chave, pq é uma ferramenta importantíssima q mexe com a imaginação do espectador e 4.º Concordo em absoluto, com o q ela diz sobre o filme ser LINDÍSSIMO… cenário, figurino, personagens entre outras coisinhas a mais, é claro! Por essas e outras, façam como eu: antes de ter uma opinião pré-formada (e isso vale pra tudo na vida, galera!), tente experimentar e sentir a atmosfera e o impacto do filme vc mesmo. Vc pode até concordar com a crítica de Isabela Boscov, mas tenho certeza de q dará seus toques pessoais no assunto. Abraços!!!! (ah! esse é o link da crítica negativa do filme: http://veja.abril.com.br/blog/isabela-boscov/cinema/sucker-punch/#comment-4931

quinta-feira, 31 de março de 2011

Longínquo Prelúdio

    Eram mais ou menos 5 horas de uma tarde maravilhosamente nublada (talvez por isso mesmo me permiti sair do meu quarto mofado e cheio de livros empoeirados). Odeio dias ensolarados. Sempre me remetem a confraternizações superficiais impostas do ponto de vista convencional.
    Confesso que não saí por vontade ou curiosidade de contemplar a tarde, é claro! Mil vezes definhar no meu submundo sozinho a vaguear por reflexões insanas, a ter que por alguma convenção social - que por uma razão ou outra garanta a sustentabilidade de uma sociedade civilizada - sorrir ou mostrar-me simpático a qualquer pessoa, seja ela um transeunte de aparência amigável, um vizinho (à propósito, seria um sonho realizado se todos eles desaparecessem), um colega de trabalho, ou até mesmo um ente querido.
   Saí por questões puramente triviais, afinal, como qualquer pessoa sou um escravo das necessidades práticas, e preciso ir ao supermercado de vez em quando (sou viciado em produtos de limpeza e higiene pessoal) e comer de vez em quando, embora isso seja cada vez menos freqüente. Acho que por causa da medicação cada vez mais forte que de certa forma estou mais dependente, ou até mesmo pela simples misantropia que está cada vez mais evidente, e começo a ter dificuldades em disfarçá-la.
   Tive uma educação cristã protestante fundamentalista imposta, principalmente pelo meu pai, um pastor extremista, um leviano vaidoso, mais preocupado com a imagem e a repercurssão de sua pessoa do que com o próprio trabalho de evangelização que tanto prega (Que Deus me perdôe se faço um mal julgamento, mas é a impressão que sempre tive). 
    Infelizmente, algumas das idéias que foram em mim impregnadas desde a infância deixaram marcas que temo não ser capaz de superar e por isso mesmo me pergunto por que levo adiante esta "empreitada perigosa" de expor pensamentos tão íntimos que podem parecer, para alguns, contraditórios ao que me apresento e ao que por mim foi absorvido dos ensinamentos cristãos.
  Sempre fui dado à banalidades, sempre tentando impressionar, ser um garoto popular (isso como conseqüência do medo de ser apontado como o "estranho"), sempre sendo o mais compreensivo, solidário, o amigo. No entanto, o que isso significa no fundo?
    Estou tão cansado... quero fugir e não consigo... desejaria tanto chegar à minha família e a todos aqueles que me "admiram", que me amam, ou que pelo menos tenham algum respeito por mim e entregar-lhes toda a minha vida, embrulhada como um presente, e enfim render-me: isso sou eu, foi tudo que eu consegui. Tal como Mrs. Dalloway de V. Wolf.
  Afinal de contas, segundo sua própria reflexão, "...Importava, encaminhando-se para Bond Street. Importava que ela devesse inevitavelmente cessar totalmente? Tudo ali continuaria sem ela. Ela se ressentia disso, ou não seria talvez um consolo acreditar que a morte terminaria tudo absolutamente? É possível morrer, sim... é realmente possível morrer!"
    Às vezes penso como uma forma de um aterrorizante e ao mesmo tempo auspicioso prelúdio. Por que não? Isso sempre me fascinou obscessivamente.  
    No entanto, mais uma vez sou tomado por questões éticas, religiosas ou simplesmente instintivas. Sou no fundo, covardemente tentado a enfrentar tudo que mais amo e abomino.

    Ao ciclo da vida e a tudo o que ele representa, dedico toda a minha admiração e todo o meu repúdio.

   
   

    

terça-feira, 29 de março de 2011

Escrever. Por quê?

   Certa vez ouvi dizer que os fatos ou coisas reais não acontecem de verdade, se você de alguma forma ou de outra, não os registra. Acredito que nesse caso, tanto valem as pinturas, as fotografias, os escritos, os rabiscos, e por que não apenas, uma lembrança de uma mente assustadoramente marcada e obcecada por algo que perplexa ou apaixonadamente vislumbrou?
  Desde que fui confrontado com tal pensamento, fiquei preso à essa idéia. Tudo na vida chega a ser realmente digno de nota? Pergunto-me. Às vezes me pego pensando se algo que só eu testemunhei, como por exemplo, a visita diária de um pequeno beija-flor azul na janela do quarto onde eu costumava ficar, quando criança, na casa de minha avó quando a visitava nas férias aconteceu realmente ou tudo não passou de impressão de um menininho sonhador em seus momentos de ingênuo folgar, como diria Casimiro de Abreu.
    Realmente é algo que incita a reflexão, e com isso corremos o risco de adentrar nos limites da Filosofia ou até mesmo da Religião - já que esta Instituição em particular se julga detentora dos direitos de orientar quaisquer ações humanas - cuja pretensão jamais tive.
   Pelo sim ou pelo não, mesmo embora seja um tanto quanto desleixado no que diz respeito aos aspectos pessoais, tentarei em intervalos, escrever ou melhor dizendo, relatar o que acontece no meu "mundo" real ou imaginário. Acredito que esta seja uma medida salutar para a atual situação de vida à qual estou submetido. Mas esta é uma outra história....

   Até breve,

   Etc. e Tal...